Olá,
Estou deixando aqui uma pequena explicação sobre o trabalho desenvolvido pela Transpsicanálise. É uma síntese, porque cada cliente sempre nos traz o inédito e espera exatamente isso, uma palavra fresca, um alento; algo que faça a diferença num mar de repetições.
O que é Transpsicanálise?
A Transpsicanálise se define como uma proposta de trabalho psicanalítico que tem por objetivo integrar aspectos somáticos, psíquicos, sociais, ecológicos e espirituais no ser humano atual.
O trabalho psicanalítico, através de um tipo de escuta diferenciada vai propiciar a investigação dos processos em ação no indivíduo, a partir da qual se oferece acolhimento, interpretação; as intervenções necessárias, quando necessário, bem como o acompanhamento de seu processo de vir-a-ser no mundo.
A psicanálise, hoje, não visa mostrar ao indivíduo o seu processo edípico. Vai além disso, proporcionando meios para que o indivíduo reencontre seu rumo, redefina sua vida, ressignifique seus processos vitais e retome seu desenvolvimento psíquico. É nesse contexto que a Transpsicanálise encontra a matéria prima para seu trabalho diário: no contato com as pessoas em sua singularidade, em busca de desenvolvimento psíquico e um significado especial para as situações e a própria vida.
Esse ouvir atento às sutilezas da subjetividade vem acompanhando a tendência de renovação que a Psicanálise, como um todo, tem apresentado nos últimos anos: basta que se tenha em mente o trabalho de Bion e de Winnicott, os quais, progressivamente, foram modificando a arquitetura inicial da Psicanálise de Freud - um tanto quanto dogmática e rígida em seus primeiros tempos - para um momento atual, em que se respiram novos ares; o que não deixa de trazer consigo a ética como elemento norteador de caminhos.
Hoje, em momentos de maior diálogo, quando é visível e imprescindível a troca de saberes entre todos os campos que envolvem a experiência humana: do místico ao científico, a psicanálise atual vê-se também inserida num caldo de culturas, religiões e ideologias, dispondo-se a ouvir e a conversar com pessoas que buscam orientação e apoio. A grande maioria vivendo um paradigma de intensa gratificação consumista; à beira da frustração e, ao mesmo tempo, procurando respostas para problemas sociais, como por exemplo, violência e corrupção.
É em meio a essa intensa busca que a psicanálise, como um todo, sobrevive até hoje e, dentro desse quadro, a Transpsicanálise pode se definir como uma prática clínica bastante criativa; imersa em um espaço potencial onde se disponibilizam muitas possibilidades. Uma clínica que em diálogo com seu cliente, busca a reconstrução narrativa da verdade e da autenticidade dessa pessoa.
Igualmente, enquanto prática psicanálitica, a Transpsicanálise recorre à antropologia e à filosofia, dentro do universo das ciências humanas, para a compreensão mais plena deste ser complexo, que tem uma profunda necessidade de saber-se; de vivenciar o divino; de ter a capacidade de ser só e também de conviver dignamente, dentro de outras relações, além de crer e de relacionar-se com o sagrado dentro daquilo que lhe é peculiar. A Transpsicanálise não oferece uma agenda pronta, ferramentas de poder e controle, nem soluções fáceis, mágicas e imediatistas; igualmente, não disponibiliza caminhos anestésicos para que as pessoas fujam de seu destino humano. É necessário dizer que também não oferece máscaras para fins de auto-afirmação, pois dentro de um mesmo caminho psicanalítico compreendeu que as pessoas só se tornam verdadeiramente o que são quando se abrem para a fragilidade inerente à sua condição humana.
A proposta básica da Transpsicanálise é estar junto com o ser humano em travessia, tendo o cuidado de acolher e respeitar o conteúdo trazido de suas peregrinações: sua dor, sua capacidade de aprender, de questionar, de ressignificar, de brincar, de conviver, de se transformar e vivenciar o sagrado.
Nascida há doze anos, a Transpsicanálise vem desenvolvendo seu trabalho dentro de uma espiral evolutiva própria de sistemas abertos que visam o aprimoramento, a busca de verdade e de promoção de consciência em vários níveis do ser. Vale acrescentar que o seu objetivo é oferecer um trabalho que respeite o ser humano em seu processo de devir, dentro da busca de algo que transborde, atravesse e acolha com todo o cuidado e dignidade que merece. |
O que é Psicanálise? |
De acordo com Freud, "Psicanálise é o nome de um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo; um método para o tratamento de distúrbios neuróticos baseado nessa investigação e em uma série de informações psicológicas obtidas por esse meio, os quais gradualmente se fundem numa nova disciplina científica."
Freud, 1923 Enciclopédia Britânica
[cf. S.E., XVIII, "Dois Verbetes de Enciclopédia"]
[cf. S.E., XVIII, "Dois Verbetes de Enciclopédia"]
Psicanálise é a abordagem criada por Sigmund Freud e desenvolvida por outros autores tais como Melanie Klein e Jacques Lacan. Esta abordagem utiliza o método de associação livre para investigação do inconsciente, definido por Freud como nosso "eu desconhecido". Freud, como médico neurologista vienense, principiou seus trabalhos com base no Racionalismo Científico. Ele acreditava que era importante, dentro do modelo positivista de Augusto Comte, fazer uma Psicologia Científica, estudar um objeto com um certo distanciamento para quantificá-lo, explicá-lo dentro de bases empiristas. Assim, ele iniciou seu estudo do ser humano. Entretanto, houve uma grande mudança quando ele entrou em contato com o fenômeno transferencial em sua Teoria do Trauma. Ele viu que passou a lidar com uma outra ordem de realidade e mudou a forma de produzir conhecimento, que antes era toda embasada no empirismo/racionalismo. Constatou, então, que o ser humano interpretava todas os fatos que lhe aconteciam na vida a partir do próprio desejo e que as pessoas realizavam transferências e significações a respeito de seu passado também de forma fantasiada, sem que houvesse uma causa real. Freud percebeu que havia uma interpretação da própria existência e da própria história, por parte de seus pacientes. Logo, não havia noções de causa e efeito, como a ciência positivista daquela época fazia crer.
Dessa maneira, Freud entra em contato com o mundo da subjetividade de cada ser e abandona a noção de causa e no lugar disso procurou trabalhar em torno do significado que cada pessoa dava à sua vida. Ele constatou que o modo como cada pessoa vive sua subjetividade e interpreta sua existência precisa ser compreendido. O universo de causa-efeito pertence às ciências físicas, mas o ser humano precisa lidar com o fenômeno da compreensão.
Assim, começou a mergulhar no campo da interpretação, criando conceitos e teorias a partir do que ia observando no psiquismo humano.
A partir daí, nasceu a Psicanálise: um sistema aberto a novas construções que foi se remodelando e inovando com novos pensamentos, novas linhas, novas observações, tanto de Freud quanto de seus colaboradores, estando em constante processo de construção, visto o ser humano trazer sempre o inédito, sempre novas surpresas em sua singularidade.
Desta forma, a Psicanálise está sempre sendo revista e atualizada pelos psicanalistas contemporâneos.
Freud deixou uma obra que não se fecha num universo de afirmações absolutas.
Assim como o ser humano é inédito, mesmo em suas repetições, não havendo nada igual, a Psicanálise também comunga num universo de possibilidades onde a descoberta é algo contínuo. Questões existenciais se abrem para a análise a cada momento, numa contínua e saudável transcendência de si mesmo.
Sendo assim e finalizando, pode-se dizer que a Psicanálise está assentada na noção de resistência, transferência e de contratransferência, algo abre acesso ao inconsciente humano, através das palavras, dos esquecimentos, atos falhos, dos sonhos e até dos chistes.
A Psicanálise fornece um conhecimento que jamais poderá ser usado como instrumento de dominação: ela é instrumento para atravessamento do ser.
Pode-se dizer que a Psicánalise está em permanente questionamento e que, enquanto método científico promoveu uma ruptura marcante na produção de conhecimento: Freud rompe com paradigmas, sua ciência não mais se baseia em modelos antigos, mas no trabalho com a subjetividade do indivíduo; no conhecimento que é produzido a partir de duas pessoas: o analisando e o psicanalista que o escuta: participando, integrando, ressignificando conteúdos, buscando a Verdade do ser que aí está.
Por que a Transpsicanálise estuda, também, questões ligadas à transcendência?
No livro "O Futuro de Uma Ilusão, O Mal-Estar na Civilização e outros trabalhos" (1927-1931), Freud, na página 81, fala de uma carta que havia recebido de um amigo. No livro "O futuro de uma ilusão", Freud trata a religião como sendo uma ilusão. O amigo em questão dizia ter concordado com uma série de coisas, mas que lamentava Freud não ter apreciado a verdadeira fonte da religiosidade. Esse amigo, que mais tarde sabemos ser Romain Rolland, grande escritor da época, dizia que havia entrado, intimamente, em contato com um sentimento que designava como uma sensação de "eternidade", um sentimento de algo ilimitado, sem fronteiras, "oceânico", e que seria a fonte da energia religiosa. Para Romain Rolland, uma pessoa poderia chamar a si mesma de religiosa com fundamento apenas nesse sentimento oceânico. "No auge do sentimento de amor e de fusão com o outro e com a natureza, com o todo, a fronteira entre ego e objeto ameaçariam desaparecer" (página 83). O próprio Freud diz que seu amigo Romain Rolland disse-lhe que
"através das práticas de ioga, pelo afastamento do mundo, pela fixação da atenção nas funções corporais e por métodos peculiares de respiração, uma pessoa pode de fato evocar em si mesma novas sensações e cenestesias, consideradas estas como regressões a estados primordiais da mente que há muito tempo foram recobertos. Ele vê nesses estados uma base por assim dizer fisiológica, de grande parte da sabedoria do misticismo. Não seria difícil descobrir aqui vinculações com certo número de obscuras modificações da vida mental, tais como os transes e os êxtases." Freud, 1927, página 91.
Observa-se que Freud, apesar de não ter vivenciado o "sentimento oceânico", visto para ele, um cientista, ser particularmente difícil trabalhar cientificamente com sentimentos, ele não o negava em outras pessoas. Freud, em 1927, queria verificar como isso era interpretado e compreendido na vida do indivíduo; se em termos de fonte e origem do processo de religiosidade ou se de outras maneiras. Ele fala sobre esse fato em cartas a Fliess, outro colega psicanalista e médico.
O médico Viktor Frankl relatou sua experiência em campos de concentração durante a guerra, enfatizando que sobreviveram aqueles que acreditavam que suas vidas tinham um sentido.
Nas experiências transcendentes experimenta-se o sentimento oceânico, o estar em contato mais íntimo com a natureza; muitos místicos relatam sentirem-se unos com o cosmos.
"Bergson, em As duas fontes da moral e da religião, escreveu sobre o que é a mística. Neste texto ele nota que se trata, antes de tudo, de uma experiência particular, que não envolve interpretação:
"Os verdadeiros místicos, escreve, simplesmente abrem-se à corrente que os invade. Seguros de si mesmos, porque sentem em si alguma coisa melhor que eles, revelam-se grandes homens de ação, surpreendendo aqueles para quem o misticismo é somente visão, transporte, êxtase. O que eles deixam correr dentro de si mesmos é um fluxo descendente que gostaria, através deles, de chegar a outros homens. A necessidade de espalhar em torno de si o que receberam, eles a sentem como um elã de amor" . (Bergson, 1937, p. 101)
Assim, para Sophie de Mijolla-Mellor, no livro A Necessidade de Crer, "ao contrário, o êxtase místico, quando se confunde com o delírio, ou não produz ação ou movimento em relação ao outro, ou se perde em uma tentativa de auto-explicação que se organiza em uma lógica delirante. Portanto, não é a partir da própria vivência do êxtase que é possível falar ou não do delírio, mas em função do que essa vivência alimenta e produz, entusiasmando outros sujeitos e despertando neles o mesmo eco, de alguma maneira.
Lendo os poemas de Rumi, poeta sufi, por exemplo, pode-se ter um vislumbre dessa experiência do divino. Santa Teresa D´Ávila também experimentou o sagrado em sua experiência terrena.
No entanto, há outros significados para o termo transcendência. O ser humano é transcendência quando se abre para o outro e para o Outro Absoluto. Podemos dizer também que há pessoas que vivem uma experiência de auto-transcendência de acordo com as idéias de Viktor Frankl, não mais vivendo em torno de si mesmas, num engrandecimento narcísico, mas em busca desse outro que lhe mostra a face, cotidianamente. Há também a experiência de superação de obstáculos, que promove crescimento, transformando a existência em algo mais profundo e satisfatório. O ser humano não pode viver só para si. Ele vive para a experiência de transcendência.
A espiritualidade, como se vê, difere de religião e pode emergir em diversos contextos, inclusive na vida de alguém que não professa uma fé: um ateu, por exemplo. Um psicanalista atento e cuidadoso saberá cuidar desse registro, sem reducionismo.
A Transpsicanálise oferece tratamentos psicanalíticos com base em rituais ou práticas mágicas?
No livro "O Futuro de Uma Ilusão, O Mal-Estar na Civilização e outros trabalhos" (1927-1931), Freud, na página 81, fala de uma carta que havia recebido de um amigo. No livro "O futuro de uma ilusão", Freud trata a religião como sendo uma ilusão. O amigo em questão dizia ter concordado com uma série de coisas, mas que lamentava Freud não ter apreciado a verdadeira fonte da religiosidade. Esse amigo, que mais tarde sabemos ser Romain Rolland, grande escritor da época, dizia que havia entrado, intimamente, em contato com um sentimento que designava como uma sensação de "eternidade", um sentimento de algo ilimitado, sem fronteiras, "oceânico", e que seria a fonte da energia religiosa. Para Romain Rolland, uma pessoa poderia chamar a si mesma de religiosa com fundamento apenas nesse sentimento oceânico. "No auge do sentimento de amor e de fusão com o outro e com a natureza, com o todo, a fronteira entre ego e objeto ameaçariam desaparecer" (página 83). O próprio Freud diz que seu amigo Romain Rolland disse-lhe que
"através das práticas de ioga, pelo afastamento do mundo, pela fixação da atenção nas funções corporais e por métodos peculiares de respiração, uma pessoa pode de fato evocar em si mesma novas sensações e cenestesias, consideradas estas como regressões a estados primordiais da mente que há muito tempo foram recobertos. Ele vê nesses estados uma base por assim dizer fisiológica, de grande parte da sabedoria do misticismo. Não seria difícil descobrir aqui vinculações com certo número de obscuras modificações da vida mental, tais como os transes e os êxtases." Freud, 1927, página 91.
Observa-se que Freud, apesar de não ter vivenciado o "sentimento oceânico", visto para ele, um cientista, ser particularmente difícil trabalhar cientificamente com sentimentos, ele não o negava em outras pessoas. Freud, em 1927, queria verificar como isso era interpretado e compreendido na vida do indivíduo; se em termos de fonte e origem do processo de religiosidade ou se de outras maneiras. Ele fala sobre esse fato em cartas a Fliess, outro colega psicanalista e médico.
O médico Viktor Frankl relatou sua experiência em campos de concentração durante a guerra, enfatizando que sobreviveram aqueles que acreditavam que suas vidas tinham um sentido.
Nas experiências transcendentes experimenta-se o sentimento oceânico, o estar em contato mais íntimo com a natureza; muitos místicos relatam sentirem-se unos com o cosmos.
"Bergson, em As duas fontes da moral e da religião, escreveu sobre o que é a mística. Neste texto ele nota que se trata, antes de tudo, de uma experiência particular, que não envolve interpretação:
"Os verdadeiros místicos, escreve, simplesmente abrem-se à corrente que os invade. Seguros de si mesmos, porque sentem em si alguma coisa melhor que eles, revelam-se grandes homens de ação, surpreendendo aqueles para quem o misticismo é somente visão, transporte, êxtase. O que eles deixam correr dentro de si mesmos é um fluxo descendente que gostaria, através deles, de chegar a outros homens. A necessidade de espalhar em torno de si o que receberam, eles a sentem como um elã de amor" . (Bergson, 1937, p. 101)
Assim, para Sophie de Mijolla-Mellor, no livro A Necessidade de Crer, "ao contrário, o êxtase místico, quando se confunde com o delírio, ou não produz ação ou movimento em relação ao outro, ou se perde em uma tentativa de auto-explicação que se organiza em uma lógica delirante. Portanto, não é a partir da própria vivência do êxtase que é possível falar ou não do delírio, mas em função do que essa vivência alimenta e produz, entusiasmando outros sujeitos e despertando neles o mesmo eco, de alguma maneira.
Lendo os poemas de Rumi, poeta sufi, por exemplo, pode-se ter um vislumbre dessa experiência do divino. Santa Teresa D´Ávila também experimentou o sagrado em sua experiência terrena.
No entanto, há outros significados para o termo transcendência. O ser humano é transcendência quando se abre para o outro e para o Outro Absoluto. Podemos dizer também que há pessoas que vivem uma experiência de auto-transcendência de acordo com as idéias de Viktor Frankl, não mais vivendo em torno de si mesmas, num engrandecimento narcísico, mas em busca desse outro que lhe mostra a face, cotidianamente. Há também a experiência de superação de obstáculos, que promove crescimento, transformando a existência em algo mais profundo e satisfatório. O ser humano não pode viver só para si. Ele vive para a experiência de transcendência.
A espiritualidade, como se vê, difere de religião e pode emergir em diversos contextos, inclusive na vida de alguém que não professa uma fé: um ateu, por exemplo. Um psicanalista atento e cuidadoso saberá cuidar desse registro, sem reducionismo.
A Transpsicanálise oferece tratamentos psicanalíticos com base em rituais ou práticas mágicas?
Não.
A Transpsicanálise, respeita e estuda antropologicamente a busca do sagrado na vida das pessoas, oferecendo uma escuta clínica psicanalítica que, ao lado de tantas outras questões, como o trabalho, o estudo, os relacionamentos, as finanças, a família, enfim; também aborda as sutilezas da espiritualidade e da religiosidade da pessoa humana. A Psicanálise vê a pessoa como sujeito ativo em sua própria vida e tem por objetivo dar-lhe voz, conscientizá-la e responsabilizá-la por sua ação no mundo.
A Transpsicanálise, respeita e estuda antropologicamente a busca do sagrado na vida das pessoas, oferecendo uma escuta clínica psicanalítica que, ao lado de tantas outras questões, como o trabalho, o estudo, os relacionamentos, as finanças, a família, enfim; também aborda as sutilezas da espiritualidade e da religiosidade da pessoa humana. A Psicanálise vê a pessoa como sujeito ativo em sua própria vida e tem por objetivo dar-lhe voz, conscientizá-la e responsabilizá-la por sua ação no mundo.
Quais autores fundamentam a Transpsicanálise?
A Transpsicanálise, enquanto escola pluralista, encontra fundamentação no pensamento psicanalítico construído ao longo do século XX por Freud, Lacan, Winnicott, Bion, Klein, entre outros.
Muito de sua renovação filosófica advém do pensamento de Martin Heidegger, estudiosos do fenômeno humano da transcendência e de Ken Wilber, filósofo norte-americano.
As investigações mitológicas de Joseph Campbell e os estudos antropológicos de Claude Lévi-Strauss, Mauss e Margareth Mead norteam suas pesquisas sobre o ser humano.
A Transpsicanálise também se baseia nas idéias do psicanalista francês Jean Bergeret para a compreensão da psicopatologia humana.
Definindo-se como um sistema aberto, em constante construção, exatamente como o próprio Freud via a psicanálise em seu início. Igualmente, a Transpsicanálise abraça as idéias do filósofo Ken Wilber, pela proposta de trabalho sistêmica, integral e multidimensional junto ao ser humano.
A Transpsicanálise aceita a busca da Espiritualidade como algo legítimo no ser humano?Muito de sua renovação filosófica advém do pensamento de Martin Heidegger, estudiosos do fenômeno humano da transcendência e de Ken Wilber, filósofo norte-americano.
As investigações mitológicas de Joseph Campbell e os estudos antropológicos de Claude Lévi-Strauss, Mauss e Margareth Mead norteam suas pesquisas sobre o ser humano.
A Transpsicanálise também se baseia nas idéias do psicanalista francês Jean Bergeret para a compreensão da psicopatologia humana.
Definindo-se como um sistema aberto, em constante construção, exatamente como o próprio Freud via a psicanálise em seu início. Igualmente, a Transpsicanálise abraça as idéias do filósofo Ken Wilber, pela proposta de trabalho sistêmica, integral e multidimensional junto ao ser humano.
Sim. A Transpsicanálise considera a espiritualidade como algo válido na vida de uma pessoa. Consultando Donald W. Winnicott, importante psicanalista inglês, encontramos este texto:
"É necessariamente perigoso que o analista tenha em mente a idéia de que o Deus do paciente é um 'objeto fantástico'. O uso desse termo levaria o paciente a sentir que o analista está desvalorizando o seu objeto bom, não sendo esta a sua intenção. Creio que algo similar pode ser dito sobre a análise de um artista quanto às fontes de sua inspiração, e também sobre as pessoas internas e os companheiros imaginários a quem os nossos pacientes por vezes nos apresentam".
Winnicott (1958), "Da Pediatria à Psicanálise", 2000, p. 204
Outro texto que traduz o pensamento da Transpsicanálise, nas palavras de Winnicott:
"...sobre o que versa a vida? Podemos curar nosso paciente e nada saber sobre o que lhe permite continuar vivendo. Para nós é de suma importância reconhecer abertamente que a ausência de doença psiconeurótica pode ser saúde, mas não é vida".
Winnicott (1971), "O Brincar & a Realidade", 1975, pp. 138-139.
Que técnicas seriam utilizadas na clínica transpsicanalítica?
Dentro do trabalho psicanalítico, o psicanalista oferece uma escuta participativa que envolve registros verbais e não verbais do indivíduo, momento este em que são elencados seus conceitos diante da vida, a estruturação de seu ego, seus limites, crenças, etc. O psicanalista, em seu trabalho, busca um acesso ao inconsciente do seu paciente, através das pistas que ele, distraidamente, vai deixando transparecer. O psicanalista, ao fazer a leitura do inconsciente de seu cliente, leva-o à conscientização, consequente responsabilização por seus atos na sociedade, redirecionamento, entendimento. Não há uso de hipnose ou tabelas determinísticas, que tiram do indivíduo sua responsabilidade pela sua ação no mundo. Aliás, indica a leitura do texto "O Psicanalista e o Feiticeiro" do revolucionário antropólogo, Claude Levy Strauss.
Como para Freud, a palavra é considerada um bisturi, uma ferramenta, um instrumento terapêutico inserido num amplo espectro de consciência, as técnicas utilizadas são elementos para um ingresso possível nos níveis transcendentes, onde a pessoa se descobre sem máscaras, e tem a possiblidade de se enxergar e respeitar o outro em seu caminho., uma vez que o inconsciente é visto também dentro de um ponto de vista ético, não sendo desculpa para desvarios.
Como para Freud, a palavra é considerada um bisturi, uma ferramenta, um instrumento terapêutico inserido num amplo espectro de consciência, as técnicas utilizadas são elementos para um ingresso possível nos níveis transcendentes, onde a pessoa se descobre sem máscaras, e tem a possiblidade de se enxergar e respeitar o outro em seu caminho., uma vez que o inconsciente é visto também dentro de um ponto de vista ético, não sendo desculpa para desvarios.
Há diferença entre psicanalista e psicólogo?
Psicoterapeuta, Psicólogo, Psicanalista e Psiquiatra são a mesma coisa?
Como reconhecer um psicanalista na hora de buscar um atendimento para si mesmo ou para um familiar?
Psicoterapeuta, Psicólogo, Psicanalista e Psiquiatra são a mesma coisa?
Como reconhecer um psicanalista na hora de buscar um atendimento para si mesmo ou para um familiar?
Em nossos atendimentos telefônicos, ouvimos todas essas perguntas, o que nos mostra que atualmente as pessoas estão precisando de esclarecimento sobre o trabalho da Psicanálise no dia a dia. Então recomendamos, para quem gosta de ler, o livro de Elisabeth Roudinesco "Por quê a Psicanálise?".
Aproveitamos este espaço para oferecer alguns esclarecimentos. O psicólogo é o profissional que se submeteu a estudos acadêmicos em nível universitário, estudando por 5 anos. Ele está ligado ao Conselho Regional de Psicologia - CRP. Caso alguém se diga psicólogo, peça o número de seu CRP e faça uma consulta junto ao Conselho Federal ou Regional de Psicologia. Há muitas abordagens em Psicologia: Gestalt, Humanista, Cognitiva Comportamental, Psicanálise, entre tantas outras.
O Psicanalista é um profissional de nível superior que se submeteu a uma Formação em Psicanálise. Nessa formação ele também se submeteu a uma escuta psicanalítica feita por um psicanalista mais experiente. A Psicanálise trabalha fundamentalmente com a noção de inconsciente. O psicanalista vai fazer a leitura do inconsciente através daquilo que o indivíduo, apesar de suas defesas e resistências habituais, deixa transpassar nas sessões: esquecimentos, atos falhos, lapsos de memória, sonhos, sintomas, idéias repentinas que surgem ao indivíduo durante a sessão, tiques, manias, etc. Através de uma escuta flutuante, o psicanalista vai dando consciência ao indivíduo, vai ajudando-o a construir-se como sujeito.
A Psicanálise fundamenta-se em alguns princípios básicos: inconsciente, recalcamento, complexo de édipo, sexualidade, e transferência no tratamento psicanalítico. O Psicanalista ortodoxo trabalhará em cima destes critérios. Outros psicanalistas considerados criativos, como Winnicott, não aceitam a pulsão de morte e, lado a lado com a proposta freudiana, trabalham em profundidade a questão da objetividade e do fator ambiente na vida do indivíduo, realizando um trabalho sério e altamente científico, ao lado das questões subjetivas, buscando amadurecimento e integração. De qualquer maneira, a psicanálise já não se define mais como um trabalho elitista, caro e demorado. Há propostas de psicoterapia psicanalítica breve em contextos sociais interessantes.
Quem é o psicoterapeuta?
Psicoterapeuta é um título que abrange todas as modalidades de trabalho na esfera psíquica. Este profissional pode ter formação na área da psicologia, da psiquiatria, da psicanálise ou da psicopedagogia.
Quem é o psicoterapeuta?
Psicoterapeuta é um título que abrange todas as modalidades de trabalho na esfera psíquica. Este profissional pode ter formação na área da psicologia, da psiquiatria, da psicanálise ou da psicopedagogia.
Jung é um psicanalista? Um psicanalista pode usar predominantemente técnicas junguianas?
Não. Jung, psiquiatra suiço, foi o criador da Psicologia Analítica. No Brasil, são junguianos, os profissionais portadores de diploma de Psicologia ou Medicina, com especialização/formação em estudos junguianos. Jung foi psicanalista por um período e colaborou com muitas descobertas de Freud. Deixou de ser psicanalista quando seguiu seu caminho próprio dentro da Psicologia Analítica. Um ponto de discórdia entre Freud e Jung está relacionado ao um dos pilares da psicanálise: a teoria da sexualidade, pois Jung não a aceitava. Há outros motivos que levaram Jung e Freud a seguirem seus próprios caminhos e isso você pode saber com mais detalhes consultando o livro "Jung, uma biografia", de Deirdre Beair. Assim, consultando um profissional que se diga junguiano, verifique se ele tem embasamento na área e se tem formação superior em Psicologia e/ou Medicina e especialização em Jung. Isso fará diferença à sua saúde e ao seu desenvolvimento psíquico.O que a Transpsicanálise tem a dizer sobre o modelo integral de Ken Wilber?
Ken Wilber é considerado o mais importante pensador a integrar a psicologia ocidental com as tradições religiosas orientais.
Wilber analisa de forma clara e sucinta o cisma entre a ciência e a religião, bem como o impacto dessa "guerra fria" filosófica sobre o destino da humanidade. Além disso, Wilber também é um pensador inovador, extremamente sério e rigoroso. Em seus estudos, Wilber nos fala sobre a sua Abordagem Integral em relação à espiritualidade e discorre sobre níveis de transcendência, da saudável à doentia.
Wilber é um autor importante que deve ser estudado, principalmente hoje, numa época em que muitas pessoas, em seu desespero, buscam a cura no mágico, rendendo-se a pseudo-profissionais que apenas se interessam por poder e dinheiro, pouco se importando pela saúde mental daqueles que atendem.
Ken Wilber faz parte dos estudos de Transpsicanálise, pela sua credibilidade nos meios acadêmicos, pela seriedade com que fala de Psicologia e Espiritualidade e pelas contribuições que podem oferecer a sua Abordagem Integral à prática clínica psicanalítica.
Wilber analisa de forma clara e sucinta o cisma entre a ciência e a religião, bem como o impacto dessa "guerra fria" filosófica sobre o destino da humanidade. Além disso, Wilber também é um pensador inovador, extremamente sério e rigoroso. Em seus estudos, Wilber nos fala sobre a sua Abordagem Integral em relação à espiritualidade e discorre sobre níveis de transcendência, da saudável à doentia.
Wilber é um autor importante que deve ser estudado, principalmente hoje, numa época em que muitas pessoas, em seu desespero, buscam a cura no mágico, rendendo-se a pseudo-profissionais que apenas se interessam por poder e dinheiro, pouco se importando pela saúde mental daqueles que atendem.
Ken Wilber faz parte dos estudos de Transpsicanálise, pela sua credibilidade nos meios acadêmicos, pela seriedade com que fala de Psicologia e Espiritualidade e pelas contribuições que podem oferecer a sua Abordagem Integral à prática clínica psicanalítica.
Observação ao público:
Não mantemos orkut ou twiter na internet e, enquanto instituição, não nos responsabilizamos pelas publicações na internet e pelo trabalho de pessoas que, sem o curso de formação em psicanálise, se auto-intitulam psicanalistas vinculados à Transpsicanálise; utilizam o nome de nossa diretoria para validar suas técnicas e, junto aos seus clientes, utilizam práticas não científicas envolvendo indução a transes mediúnicos, "viagens astrais", uso de substâncias psicoativas ilegais como ayauaska, entre outras práticas estranhas à psicanálise. Tais pessoas divulgam tais trabalhos a título de "desenvolvimento espiritual com discernimento, em interface com a psicanálise".
Igualmente, solicitamos às pessoas que se utilizam dos serviços desses supostos "profissionais" que utilizam a psicanálise de uma forma "selvagem" com vistas ao próprio narcisismo, que mantenham um contínuo questionamento, visto que tais técnicas, ao invés de trazerem desenvolvimento psíquico e integração, ao contrário, provocam dependência bem como podem provocar dissociações e danos psíquicos, como por exemplo, surtos psicóticos, muitas vezes de natureza irreversível. |
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