Hoje a manhã foi luminosa. Estive no Colégio 8 de maio, em Itapecerica da Serra- SP, um verdadeiro santuário ecológico e local propício para se falar sobre transcendência em conexão com as questões humanas.
De forma interativa, em diálogo com professores e funcionários, discutimos temas relacionados à filosofia da educação e da espiritualidade, a partir do livro Fédon, de Platão, o qual discorre sobre a alma.
A partir desse diálogo, algumas questões surgiram:
O que um professor deve pensar quando seu aluno lhe diz que deseja fazer o mal, como por exemplo, roubar figurinhas do colega?
Num primeiro momento, este aluno vê uma vantagem em roubar figurinhas e completar o seu álbum de uma maneira mais rápida pois ele enxerga apenas uma coisa: satisfazer seu próprio desejo. Que atitude você tomaria se fosse o professor desse menino? Pensaria: "desde que o mundo é mundo, todos roubam, desde idéias a projetos, até bens alheios, etc, o que fazer?". Mudaria de assunto, para não reforçar o comportamento? Chamaria os pais da criança? Pensaria em punição? Nem daria "trela"?
Pensando bem, se você fosse o professor dessa criança teria algo bastante importante em mãos: em primeiro lugar, teria sua confiança. A partir daí, a título de sugestão, sua argumentação poderia seguir um caminho composto basicamente de duas etapas.
Na primeira etapa, o caminho seria mostrar o mal que a criança faria ao outro, privando o colega de suas figurinhas e também da possibilidade de completar seu álbum.
Na segunda e mais importante etapa, o importante seria mostrar ao aluno o próprio prejuízo que teria, agindo de forma maldosa, pois se este menino rouba as figurinhas do colega e a turma descobre o fato, ele poderia perder todas as suas amizades, além do que, mais do que isso, despertar a raiva e o desejo de vingança dos colegas.
Então, o mais importante seria mostrar a esse aluno, em primeiro lugar, o mal que ele poderia fazer ao outro e, em segundo lugar, o mal que faria a si mesmo.
Então, o mais importante seria mostrar a esse aluno, em primeiro lugar, o mal que ele poderia fazer ao outro e, em segundo lugar, o mal que faria a si mesmo.
Então, falando sobre bem e mal, dentro da ótica de Platão, nos vimos, de repente, num movimento em espiral, discutindo ética na educação, ética no cotidiano, ética na sala de aula, ética entre professor e aluno; enfim, ética em todas as relações humanas, o que despertou cada participante para a importância de sua presença no dia a dia do Colégio 8 de Maio, como educador dentro de uma perspectiva mais ampla, que inclui ética e espiritualidade.
No conceito de Sócrates, a escolha do mal é uma atitude ignorante. Vale acrescentar que, quando Sócrates fala de ignorância, não o fala no sentido de falta de cultura, mas da ignorância a respeito da própria natureza do mal, uma vez que o mal sempre trará resultados negativos, embora, aparentemente, pareça uma vantagem.
Fica a reflexão para este sábado: o que você escolhe para si: a vantagem enganosa que o mal lhe oferece ou a a escolha do bem com suas consequências benéficas?
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