Psicose Coletiva?
Há momentos em que fica claro que há algo de podre e de mórbido na política brasileira; entretanto, o termo psicose nos dá uma melhor tradução do que enxergamos e não conseguimos decodificar com acerto, tendo em visto traços que nos remetem à cisão, à despersonalização, à dissociação, à paranoia, e até a psicopatia, em vários níveis de adoecimento.
A frase da Dra. Nise da Silveira, médica psiquiatra já falecida, é bastante atual e até sincrônica.
De algum modo, esta inteligente e bem preparada médica, que lia Jung e Marx de uma maneira profunda, intuiu algo muito sintonizado com os problemas brasileiros atuais, quando disse isso.
Nise da Silveira trabalhou com arte a partir dos recursos humanos de pessoas descartadas pela sociedade.
Nunca acreditou no desperdício de cérebros tratados por choque elétrico, lobotomia e drogas pesadas.
Ao invés de picadores de gelo (usados para as cirurgias de lobotomia), a Dra. Nise utilizava pincéis: estes foram os instrumentos de sua revolução.
Sem verbas públicas, sem luxos, sem milhões, sem conchavos com instituições, sem jeitinhos, mas através de muito estudo e trabalho, bem como a fé no poder de regeneração do ser humano, esta médica produziu um notável trabalho com pessoas adoecidas mentalmente.
Ela não tinha medo do inconsciente.
Profeta, discípula de Carl Gustav Jung, acreditou no potencial do engenho de dentro que todo ser humano possui: sua capacidade de pensar, sentir, viver e transformar.
Hoje, estamos começando a entrar em contato com o processo de loucura política, o qual, pouco a pouco, foi trazendo dissociação cognitiva em vários níveis, pois muitas coisas não são explicáveis, nem inteligíveis. De algum modo, acredito que estamos envolvidos em um processo coletivo de resgate de nossa equipagem mental para o processamento de um pensamento e de uma ação mais madura, complexa, voltada à sanidade social.
Minha oração é no sentido de que a Dra. Nise da Silveira, que passou uma vida respirando a psicopatologia humana e sofrendo a estupidez das instituições que gerenciam - mantém e lucram com a loucura no Brasil -que paire seus olhar sobre nós.
Onde quer que esta psiquiatra se encontre - que no alto de seu mais puro silêncio - nos acompanhe espiritualmente neste momento histórico, a fim de não desanimemos na busca de integração e de lucidez, bem como de um diálogo entre os opostos, para que seja possível a construção de uma terceira via, muito mais saudável e sustentável para todos. André Keppe
Há momentos em que fica claro que há algo de podre e de mórbido na política brasileira; entretanto, o termo psicose nos dá uma melhor tradução do que enxergamos e não conseguimos decodificar com acerto, tendo em visto traços que nos remetem à cisão, à despersonalização, à dissociação, à paranoia, e até a psicopatia, em vários níveis de adoecimento.
A frase da Dra. Nise da Silveira, médica psiquiatra já falecida, é bastante atual e até sincrônica.
De algum modo, esta inteligente e bem preparada médica, que lia Jung e Marx de uma maneira profunda, intuiu algo muito sintonizado com os problemas brasileiros atuais, quando disse isso.
Nise da Silveira trabalhou com arte a partir dos recursos humanos de pessoas descartadas pela sociedade.
Nunca acreditou no desperdício de cérebros tratados por choque elétrico, lobotomia e drogas pesadas.
Ao invés de picadores de gelo (usados para as cirurgias de lobotomia), a Dra. Nise utilizava pincéis: estes foram os instrumentos de sua revolução.
Sem verbas públicas, sem luxos, sem milhões, sem conchavos com instituições, sem jeitinhos, mas através de muito estudo e trabalho, bem como a fé no poder de regeneração do ser humano, esta médica produziu um notável trabalho com pessoas adoecidas mentalmente.
Ela não tinha medo do inconsciente.
Profeta, discípula de Carl Gustav Jung, acreditou no potencial do engenho de dentro que todo ser humano possui: sua capacidade de pensar, sentir, viver e transformar.
Hoje, estamos começando a entrar em contato com o processo de loucura política, o qual, pouco a pouco, foi trazendo dissociação cognitiva em vários níveis, pois muitas coisas não são explicáveis, nem inteligíveis. De algum modo, acredito que estamos envolvidos em um processo coletivo de resgate de nossa equipagem mental para o processamento de um pensamento e de uma ação mais madura, complexa, voltada à sanidade social.
Minha oração é no sentido de que a Dra. Nise da Silveira, que passou uma vida respirando a psicopatologia humana e sofrendo a estupidez das instituições que gerenciam - mantém e lucram com a loucura no Brasil -que paire seus olhar sobre nós.
Onde quer que esta psiquiatra se encontre - que no alto de seu mais puro silêncio - nos acompanhe espiritualmente neste momento histórico, a fim de não desanimemos na busca de integração e de lucidez, bem como de um diálogo entre os opostos, para que seja possível a construção de uma terceira via, muito mais saudável e sustentável para todos. André Keppe
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